Já há alguns anos que não consigo estar presente no 25 de Outubro, dia da Dedicação da Igreja Mãe de Todas as Igrejas do Patriarcado de Lisboa, a última vez que lá estive ainda era outro o Presidente da CML, que também esteve presente.
Não deixa de ser interessante que Sua Eminência reflicta dizendo que "não há catedral sem Bispo nem Bispo sem Catedral", quando todos sabemos da existência dos Srs. Bispos Auxiliares, não estando naturalmente em causa as pessoas, porque todos sabemos da existência de verdadeiros santos e verdadeiros sucessores dos Apóstolos que são alguns Bispos auxiliares portugueses.
Continuemos orando pelo Patriarcado e por Sua Eminência, assim como pela Sé Catedral Patriarcal e pelo Povo de Deus, que seja farol de fé, esperança e caridade, em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Homilia de D. José Policarpo na Solenidade da Dedicação da Sé Patriarcal
A Catedral e a visibilidade da Igreja
1. Na nova evangelização, é tão importante a visibilidade da Igreja como a força do seu mistério. É a sua realidade visível, na sua estrutura, na expressão comunitária, na presença dos cristãos no seio da comunidade humana, que comunicam e anunciam o amor salvífico de Jesus Cristo. Se a realidade visível da Igreja não transmitir a força invisível do Espírito de Cristo, torna-se estéril, equivalente a qualquer associação humana. Mas a realidade visível da Igreja é o caminho normal para comunicar e transmitir o invisível de Deus. A Igreja continua no tempo, a seu modo, o mistério do Verbo encarnado, em que o Verbo divino se exprime e actua na visibilidade da humanidade de Cristo (cf. Lumen Gentium, nº 8).
Esta harmonia do visível e do invisível, da realidade humana e da acção da graça, é o segredo da nova evangelização. Porque está no mundo, com a densidade das realidades históricas, a Igreja comunica o dinamismo do Reino dos Céus. Esta visibilidade da Igreja exprime-se na sua estrutura organizativa, na densidade da sua liturgia, no amor dos pobres, na presença dos cristãos no seio das diversas realidades humanas, onde semeiam a semente do Reino de Deus e são presença do amor-caridade, isto é, do amor com que Deus continua a amar o mundo, em Jesus Cristo.
2. A Catedral é expressão importante da visibilidade da Igreja e, por isso, é chamada a ser foco irradiante da graça de Jesus Cristo. Esta visibilidade da Catedral é mais do que a imponência do monumento. Igreja-Mãe de uma diocese, porção do Povo de Deus confiada aos cuidados pastorais de um Bispo, congregada pelo Evangelho, fortalecida na Eucaristia, reunida na comunhão da caridade, enviada ao mundo a anunciar, essa Igreja particular pode perceber, na sua Catedral, o segredo do seu ser e da sua missão. A visibilidade da Catedral é a visibilidade do ministério apostólico: a densidade da Palavra, sempre anunciada de novo para iluminar o presente, o dinamismo das comunidades cristãs que, reconhecendo no Bispo o seu pastor, sacramento de Cristo Bom-Pastor, aprendem a celebrar a Páscoa, descobrindo na Eucaristia a surpresa da redenção, a exigência da caridade, a urgência de partir em missão, tornando-se cada um, no meio do mundo, presença visível do invisível de Deus. Na Catedral pode ler-se toda a realidade da Igreja, a sua humanidade e a fecundidade invisível da acção do Espírito Santo.
3. Na Catedral a realidade invisível transcende a sua visibilidade. Já era esse o mistério do Templo de Jerusalém, tão bem expresso na oração do Rei Salomão. O templo visível suscita a fé e a esperança, toda a densidade da Aliança: “Os vossos olhos estejam abertos, dia e noite, sobre esta casa, sobre este lugar, do qual dissestes, aí estará o Meu nome” (1Re 8,29). O templo é, assim, a expressão visível da fé de Israel: Deus ama o seu povo e habita no meio dele.
4. No cristianismo, a verdadeira dimensão da Catedral é a Igreja, Povo dos que caminham com Cristo para a Jerusalém Celeste. Só a Igreja é, hoje, o verdadeiro templo, onde Deus habita no meio do seu Povo. A Catedral é o símbolo e o anúncio desse verdadeiro templo do Senhor, cuja solidez está alicerçada em Cristo, a pedra angular. E Pedro é claro na sua Carta: “Aproximai-vos do Senhor, que é a pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus” (1Pet. 2,4). Deus tinha-o anunciado através dos profetas: “Vou pôr em Sião uma pedra angular, escolhida e preciosa, e quem nela puser a sua confiança, não será confundido” (1Pet. 2,6).
A Catedral, na sua visibilidade, anuncia a solidez e a firmeza da Igreja. Nela descobrimos que estamos seguros nas nossas lutas, sólidos no nosso caminho de santidade, protegidos nas nossas fraquezas e tentações, porque nós fazemos parte da Catedral. “E vós mesmos, como pedras vivas, entrai na construção deste templo espiritual” (1Pet. 2,5). Alicerçada em Cristo, a santidade dos cristãos garante a solidez da Igreja, visível e humana, na fidelidade à sua vocação e missão.
Este templo espiritual abraça o mundo. A solidez desta Catedral são os doze Apóstolos do Cordeiro. Não há Catedral sem Bispo, nem Bispo sem Catedral. É assim na sua visibilidade histórica, será assim na Jerusalém Celeste. Como diz o Apocalipse, “a muralha da Cidade tinha na base doze reforços salientes e neles doze nomes: os dos doze Apóstolos do Cordeiro” (Apc. 21,14).
O problema da Samaritana era saber qual era o verdadeiro templo: o de Jerusalém ou o da Samaria? Jesus abre-lhe o coração para o novo Templo, Ele e a sua Igreja, construído com pedras que são Cristo, os doze Apóstolos, e todos os discípulos de Cristo. Nesse novo templo, Deus adora-Se em espírito e verdade (Jo. 4,23).
A Catedral só tem razão de ser, se for o templo visível onde cabe o templo invisível, que é toda a Igreja diocesana. Nela descobrimos a Igreja, nossa Mãe; solidificamos a firmeza da nossa fé; alargamos o horizonte da nossa comunhão; descobrimos a unidade como a cúpula da catedral; somos enviados com novo ardor, para testemunhar no meio do mundo, de uma maneira sempre nova, o amor de Jesus Cristo. Descobrimos que sempre, em qualquer momento da nossa vida cristã, nós estamos reunidos nessa grande Catedral que é a Igreja, a ouvir o ensinamento dos Apóstolos, e a amar todos os homens, nossos irmãos, com o infinito amor de Deus, em Jesus Cristo.
Sé Patriarcal, 25 de Outubro de 2010
† JOSÉ, Cardeal-Patriarca
Archbishop Keleher has died
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Archbishop James Patrick Keleher, Archbishop Emeritus of Kansas City in
Kansas, USA, had died.
He was 93 years old and had served as a priest for 66 years ...
Há 2 semanas
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