quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Até sempre Reverendo Padre Luís Ludwig Kondor

Alguém que nunca abandonou os seus valores, herdeiro dos princípios do extinto Império Austro Húngaro, jovem que acreditou no evangelho e na alegria do Senhor Ressuscitado, mesmo sob as ocupações nazi e comunista. Fez mais pelo louvor do Imaculado Coração de Maria, pelo Sagrado Coração de Jesus e pela Mensagem Universal transmitida por Nossa Senhora em Fátima, fazendo da mesma Altar do Mundo do que outros que por aqui se passeiam.

Quantas Eucaristias assistimos em directo ou pela comunicação social, com o suave cintilar da língua latina, mesmo com a mesclagem do Novus Ordo Missae, presididas ou concelebradas pelo Padre Kondor? E o calvário húngaro? Quantas vezes o fizemos nos Valinhos?

Quem, mesmo na longa noite dos 40 anos de ocupação soviética da Europa, manteve contactos e orações com o oprimido povo húngaro?

A minha humilde oração por este Senhor Padre, Vice Postulador da Causa de Canonização dos Pastorinhos.



Padre Luís Kondor descanse em paz - Informação da Diocese de Leiria-Fátima:
Faleceu ontem 28 de Outubro de 2099 o Padre Luís Kondor, Vice-Postulador da Causa da Canonização dos Pastorinhos de Fátima. A celebração das exéquias será na sexta-feira, dia 30, às 11:00, na Basílica do Santuário de Fátima.
O P. Luís Kondor era membro da Congregação do Verbo Divino.
Nasceu a 22.6.1928 em Csikvánd, na Hungria.
Entre 1934 e 1939 frequenta a escola primária na sua terra.
Em 1940 entra para o internato dos Padres Beneditinos, de Gyor; posteriormente passa para o internato dos Padres Cistercienses, em Székesfehérvár.
Terminou o liceu em 1944, já depois da entrada soviética na Hungria.
A 20.08.1946, com 18 anos de idade, entra na Congregação do Verbo Divino. Fez os primeiros votos a 8.09.1948 e começou os estudos de filosofia, ainda na Hungria.
Em Janeiro de 1949, por ordem do seu superior, fugiu para a Áustria, primeiro para Mödling e depois para Salzburg. Tendo sido também a Áustria invadida pelos soviéticos, a 12.06.1950 refugiou-se, por ordem dos superiores, na Alemanha.
Foi ordenado presbítero a 28.08.1953, em St Augustin, na Alemanha.
Em 1954 foi enviado para Fátima, Portugal, onde chegou a 19 de Novembro desse ano.
Foi nomeado vice-prefeito do Seminário da sua congregação, cargo que exerceu durante 4 anos, dedicando-se também à pastoral vocacional na zona Norte de Portugal.
Em 8.07.1956 encontrou a Irmã Lúcia pela primeira vez; foi o primeiro de numerosos encontros ao longo dos anos (posteriormente, como Vice-Postulador terá licença para a poder visitar).
Em 1960 acompanhou D. João Pereira Venâncio, Bispo de Leiria, numa viagem de dois meses a vários países europeus. Depois desta viagem, a pedido do Bispo, ficou a trabalhar a meio tempo com o Bispo e a meio tempo no Seminário do Verbo Divino.
No Natal de 1960 foi-lhe atribuído o cargo de Vice-Postulador dos Pastorinhos, lugar que ocupou até à sua morte.
Em 1963 começou a publicar um boletim em sete línguas destinado a tornar conhecida a vida dos dois Pastorinhos e a relatar o andamento dos processos de beatificação. Para divulgação da fama de santidade dos Pastorinhos, o Bispo da diocese confiou-lhe a edição do livro «Memórias da Irmã Lúcia», que fez traduzir em diversas línguas e enviou para todos os continentes, incluindo os países sob o regime comunista.

Durante muitos anos conseguiu enviar com êxito, embora de maneira oculta, não só literatura sobre Fátima, mas também imagens de Nossa Senhora de Fátima para diferentes lugares da cortina de ferro.
Dedicou-se a diversas obras: em 1956 a construção do Monumento dos Valinhos, em 1959 a imagem de Santo Estêvão que se encontra na Basílica; de 1960 a 1965 colabora com D. João Pereira Venâncio na construção do Seminário Diocesano de Leiria, do Colégio S. Miguel e do Colégio da Marinha Grande; em 1964 a construção da Via Sacra e Capela do Calvário; de 1974-1997 colaborou na transferência de ajudas financeiras da Weltkirche-Köln para dioceses, conventos, casas sacerdotais, paróquias e casas sociais em Portugal; de 1974-1997 colaborou com o Europäischer Hilfsfound das Conferências Episcopais da Áustria, Alemanha e da Suíça, no apoio a dioceses portuguesas; em 1979 a Construção da nova Casa Episcopal de Leiria; de 1975-1985 colaborou na construção dos novos Carmelos de Patacão (Faro), Bom Jesus (Braga) e São Bernardo (Aveiro).

Durante muitos anos, colaborou como intermediário entre instituições da Igreja alemã e obras nas dioceses Portuguesas. Entre os muitos apoios que consegue para a Igreja católica portuguesa, destaca-se: reconstrução de várias igrejas nos Açores, após o grande sismo de 1.01.1980.
Em 2000, com o apoio do Cardeal Meisner de Colónia, conseguiu que o Papa João Paulo II viesse a Fátima, em 13 de Maio de 2000 beatificar os Pastorinhos, mesmo depois de já ter sido anunciada publicamente a beatificação em Roma.

A 15 de Novembro de 2004 recebeu o processo canónico da cura milagrosa atribuída aos beatos Francisco e Jacinta, que entregou em Roma, na Congregação para as Causas dos Santos.
Em Março de 2004, foi homenageado pela “Fundação Ajuda à Igreja que Sofre” comemorando os seus 50 anos de Padre e de presença em Portugal.
Em 18 de Janeiro de 2006 foi agraciado com a insígnia de Comendador da Ordem de Mérito, atribuída pelo Presidente da República Jorge Sampaio.

Por ocasião da celebração das bodas de ouro sacerdotais disse o seguinte:
Desde a minha infância que desejo ser sacerdote. Os meus pais enviaram-me para um colégio rigoroso, para fazer de mim um homem... Com 18 anos, entrei na Congregação do Verbo Divino, para me tornar missionário. Para isso, tive que deixar a minha pátria, e com 25 anos fui ordenado sacerdote. Desde então, passaram 50 anos. Se hoje olhar para trás e me recordar destes anos da minha vida, posso-vos assegurar que sou feliz na minha vocação, e testemunhar que vale a pena dedicar-se e entregar-se a Jesus Cristo, e trabalhar pela dilatação do Reino de Deus.
Como é visível do itinerário da sua vida e obra, a divulgação da Mensagem de Fátima e a Igreja em Portugal muito devem à acção deste zeloso sacerdote, que encomendamos à misericórdia divina.

domingo, 25 de outubro de 2009

Anglia Ecclesia et Una Sancta Catolica et Apostolica Ecclesia

É curioso porque falámos nisto há uns meses, aí vai a notícia, preparemo-nos para "ordinariatos pessoais de ex-anglicanos" dentro da Igreja Católica, equivalentes às dioceses, sendo que, de entre os novos padres católicos, ex-anglicanos, muitos serão casados. Em Portugal o impacto será mínimo porque a grande maioria dos cristãos não católicos pertencem à Aliança Evangélica Portuguesa (evangélicos, assembleias de Deus, baptistas, luteranos, etc...) e poucos pertencem à “Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica” que representa em Portugal a Comunhão Anglicana. A Igreja Lusitana tem 15 paróquias estruturadas, numa faixa litoral entre o Porto e Alcácer do Sal, maioritariamente constituída por portugueses há várias gerações. Curiosamente a maioria dos anglicanos ingleses residentes em Portugal não pertence à Igreja Lusitana (e como residentes maioritarios no Algarve, em Cascais/Sintra e no Porto), mas sim às Capelanias do Algarve, de Lisboa e do Porto dependente da “Diocese extraterritorial da Europa Continental”, cuja sede é em Gibraltar.

Não sendo de excluir que alguns "padres lusitanos” possam pedir o ingresso na Igreja Católica através dum eventual “Ordinariato Pessoal” que se crie em Portugal para os ex-anglicanos que não concordem com a actual orientação pró-ordenação de mulheres e pró-ordenação de homossexuais aceite na Comunhão Anglicana, o mesmo será difícil para já, porque se a ordenação de mulheres é aceite e é relativamente consensual na Igreja Lusitana, já a ordenação de homossexuais não o é, parecendo relativamente longe de o ser, pelo que o motivo “mais fracturante” que leva milhões a abandonar a Comunhão Anglicana em direcção à Igreja Católica e à comunhão plena com o Santo Padre, ainda não se verifica em Portugal. O primeiro “padre lusitano” que já tinha seguido este caminho fê-lo em 1972, o Padre Saúl, bem conhecido por ter sido o último sacerdote a ser ordenado por Dom Manuel Gonçalves Cerejeira e ter sido Padre dos Anjos e das Mercês durante anos e por recentemente ter falecido, com filhos e netos.

Igreja aceita adesão de fiéis anglicanos
Serão criados ordinariatos pessoais e conservarão suas tradições anglicanasCIDADE DO VATICANO, terça-feira, 20 de outubro de 2009 (
ZENIT.org).- A Santa Sé anunciou nesta terça-feira em conferência de imprensa a publicação de uma constituição apostólica de Bento XVI com a qual a Igreja Católica aceita o pedido de numerosos bispos, sacerdotes e fiéis anglicanos de entrar em comunhão plena e visível.
Esta disposição responde à solicitude de adesão de um grande número de anglicanos (informou-se que são "entre 20 a 30 bispos" anglicanos que pediram entrada na Igreja Católica), que se encontravam insatisfeitos com algumas modificações que se realizaram dentro desta Comunhão, entre elas a ordenação de mulheres para o sacerdócio e para o episcopado, a ordenação de clérigos que levam uma vida de convivência homossexual e a benção de casais do mesmo sexo.

Nova estrutura
No encontro com os jornalistas, que aconteceu na Sala de Imprensa da Santa Sé, o cardeal William Joseph Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, explicou as razões desta medida por parte da Igreja Católica.
"Os anglicanos que se colocaram em contacto com a Santa Sé expressaram claramente o seu desejo, para uma plena e visível comunhão na Igreja, Una, Santa, Católica e Apostólica. Ao mesmo tempo, transmitiram-nos a importância das suas tradições anglicanas, que têm a ver com a espiritualidade e o culto, para o seu próprio caminho na fé", declarou o purpurado.
Sobre quando será publicada a constituição apostólica, na conferência de imprensa anunciou-se para "os próximos dias". O Papa introduzirá "uma estrutura canónica que promoverá uma reunião estruturada através da instituição de ordinariatos pessoais, que permitirão aos fiéis ex-anglicanos entrar em plena comunhão com a Igreja Católica, conservando ao mesmo tempo elementos do específico património espiritual e litúrgico anglicano".
A figura dos ordinariatos pessoais, que não dependem das dioceses, recorda a figura da "prelazia pessoal" (a única que existe é a do Opus Dei), ou os vicariatos castrenses, (dioceses sem território na qual um bispo representa a autoridade eclesiástica para os militares ou forças de segurança católicos e para as suas famílias, independentemente de onde se encontrem).
A constituição apostólica determina que o ordinário, o superior, "possa ser ou um sacerdote ou um bispo não casado" (os bispos anglicanos que batem às portas da Igreja Católica em geral estão casados).
Os ex-anglicanos que queiram aderir plenamente à Igreja formarão parte desta estrutura canónica, que contará com o seu próprio bispo, os seus próprios sacerdotes, seminaristas e fiéis.

Sacerdotes casados?
Dentro das adaptações à tradição anglicana, a nova constituição permitirá aos pastores anglicanos casados que passem a ser presbíteros (padres) dentro da Igreja Católica junto com a sua esposa e a sua família.
Esta excepção já se havia permitido desde 1994 quando, após a primeira ordenação de mulheres na Igreja Anglicana, vários sacerdotes desta confissão pediram a sua adesão à Igreja Católica conservando seu estado clerical. A adesão foi-lhes concedida de maneira individual.
Por seu lado, os Bispos casados anglicanos serão recebidos na Igreja Católica, mas na qualidade de presbíteros (padres). Esta medida dá-se, segundo o cardeal Levada, por "razões históricas e ecuménicas", pois tradicionalmente o ministério episcopal está ligado ao celibato.
O cardeal não foi explícito, mas segundo o costume, os pastores anglicanos recebidos no seio da Igreja como sacerdotes recebem a ordenação sacerdotal das mãos de um bispo católico.
Dado que isto implicará que estes antigos pastores anglicanos, ao entrar na Igreja Católica, se convertam em sacerdotes católicos casados, alguns jornalistas perguntaram ao cardeal Levada se esta medida não criaria confusão na Igreja Católica de rito latino, onde o sacerdócio está ligado ao celibato.
O purpurado norte-americano esclareceu que a nova estrutura canónica permite esta excepção, devido à fé sincera destes fiéis de origem anglicana, mas considerou que se for bem explicada, será bem compreendida por todos os fiéis da Igreja.

Para mais vejam o site:
http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=274456

Há aproximadamente 84 milhões de membros na Comunhão Anglicana, espalhados nas 43 províncias autónomas e 450 Dioceses em 165 diferentes países. A Comunhão Anglicana desenvolveu-se em duas etapas. A primeira começou no século XVII, na Inglaterra, onde o anglicanismo nasceu, chegando com os colonizadores à Austrália, Canadá, Nova Zelândia, África do Sul e Estados Unidos. A segunda etapa começou no século XVIII, quando as igrejas anglicanas foram estabelecidas em todo o mundo como resultado do trabalho missionário da Igreja da Inglaterra, Irlanda, Escócia e País de Gales, que foram organizadas para essa tarefa pelas igrejas que haviam surgido nos dois séculos anteriores.
Igrejas (Províncias) pertencentes à Comunhão Anglicana em todo o mundo
The Anglican Church in Aotearoa, New Zealand & Polynesia
The Anglican Church of Australia
The Church of Bangladesh
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil
The Episcopal Church of Burundi
The Anglican Church of Canada
The Church of the Province of Central Africa
Iglesia Anglicana de la Region Central de America
Province de L'Eglise Anglicane Du Congo
The Church of England
Hong Kong Sheng Kung Hui
The Church of the Province of the Indian Ocean
The Church of Ireland
The Nippon Sei Ko Kai (The Anglican Communion in Japan)
The Episcopal Church in Jerusalem & The Middle East
The Anglican Church of Kenya
The Anglican Church of Korea
The Church of the Province of Melanesia
La Iglesia Anglicana de Mexico
The Church of the Province of Myanmar (Burma)
The Church of Nigeria (Anglican Communion)
The Church of North India (United) The Church of Pakistan (United)
The Anglican Church of Papua New Guinea
The Episcopal Church in the Philippines
L'Eglise Episcopal au Rwanda
The Scottish Episcopal Church
Church of the Province of South East Asia
The Church of South India (United)
The Church of the Province of Southern Africa
Iglesia Anglicana del Cono Sur de America
The Episcopal Church of the Sudan
The Anglican Church of Tanzania
The Church of the Province of Uganda
The Episcopal Church in the USA
The Church in Wales
The Church of the Province of West Africa
The Church in the Province of the West Indies
The Church of Ceylon (E-P to the Archbishop of Canterbury)
Iglesia Episcopal de Cuba
Bermuda (Extra-Provincial to Canterbury)
Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica (E-P to the Archbishop of Canterbury)
Iglesia Española Reformada Episcopal (E-P to the Archbishop of Canterbury)
Falkland Islands (Extra-Provincial to Canterbury)