terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Carnaval e Cinzas

Sobre a origem da palavra Carnaval não há unanimidade entre os estudiosos, mas as hipóteses "carne vale" (adeus carne) ou de "carne levamen" (supressão da carne) levam-nos, indubitavelmente, para o início do período da Quaresma. A própria designação de Entrudo, ainda muito utilizada entre nós, vem do latim "introitus" e apresenta o significado de dar entrada, começo, em relação a esse tempo litúrgico.

O Carnaval é uma festividade popular colectiva, cíclica e agrária. Teve como verdadeiros iniciadores os povos que habitavam as margens do rio Nilo, no ano 4000 a.C. A Igreja viria a alterar e adaptar práticas pré-cristãs, relacionando o período carnavalesco com a Quaresma. Uma prática penitencial preparatória à Páscoa, com jejum começou a definir-se a partir de meados do século II; por volta do século IV, o período quaresmal caracterizava-se como tempo de penitência e renovação interior para toda a Igreja, inclusive por meio do jejum e da abstinência. No ano 590, os festejos do Carnaval consistiam em desfiles e espectáculos de carácter cómico. No séc. XV, o Papa Paulo II contribuiu para a evolução do Carnaval, imprimindo uma mudança estética ao introduzir o baile de máscaras, com corridas de cavalos, carros alegóricos, corridas de corcundas, lançamento de ovos, água e farinha e outras manifestações populares.

No dia seguinte, as Cinzas recordam o que fica da queima ou da corrupção das coisas e das pessoas. Este rito é um dos mais representativos dos sinais e gestos simbólicos do caminho quaresmal. Foi estendido a todos os cristãos no Primeiro Dia da Quaresma. As Cinzas, símbolo da morte e do nada da criatura em relação ao seu Criador, obtêm-se por meio da queima dos ramos de palmeiras e de oliveiras abençoados no ano anterior, na celebração do Domingo de Ramos.

Uma prática preparatória para a Páscoa, com jejum, começou a surgir a partir de meados do século II; outras referências a um tempo pré-pascal aparecem no Oriente, no início do século IV, e no Ocidente no final do mesmo século. Nos primeiros tempos da Igreja, durante esse período, estavam na fase final da sua preparação os catecúmenos que, durante a vigília Pascal, haveriam de receber o Baptismo. Por volta do século IV, o período quaresmal caracterizava-se como tempo de penitência e renovação interior para toda a Igreja, inclusive por meio do jejum e da abstinência, marcas que ainda hoje se mantêm.

Na Liturgia, o tempo iniciado com as Cinzas é marcado por paramentos e vestes roxas e pela omissão do "Glória" e do "Aleluia" na celebração da Missa, que só voltam a ser proclamados, preferencialmente cantados e por toda a assembleia dos crentes reunidos, na grande Vigília Pascal, de Sábado para Domingo de Páscoa.

Petrus

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